Falar... A quem?
- Ludmila Silva
- 2 de out. de 2017
- 2 min de leitura

"Menina de 10 anos grava seu próprio estupro para que adultos acreditassem na denúncia dela". Esse foi o título da matéria noticiada pela BBC Brasil. O caso aconteceu no Uruguai e rapidamente repercutiu por toda a imprensa. A menina foi abusada durante um ano pelo pai de uma amiga a qual sempre ia na casa brincar. O plano de gravar o estupro, foi das duas meninas.
Chocados? É pra ficar mesmo. A coragem dessa menina me impressionou muito, além claro da empatia de sua amiga com ela. Ela denunciou o pai, pelo bem estar físico e mental da amiga. Vocês tem noção do que é isso?
Mas o que devemos focar aqui não é na coragem delas, mas sim o porque delas terem essa atitude tão inesperada. Já pensaram? É bem fácil. NINGUÉM ESCUTOU A MENINA. Pois é.
E se elas não tivessem tomado essa atitude corajosa? Conseguem imaginar o que ainda estaria acontecendo com essa menina? Pois é.
OUÇAM MAIS.
Escutem o bebê, a criança, o adolescente, o adulto e o idoso. Muitas vezes eles podem precisar de um ouvido acolhedor e disposto a escutar suas dores. Sem alguém falando que é brincadeira, bobeira, besteira, drama ou "mimimi". DUAS CRIANÇAS estão com a mente em frangalhos porque ninguém acreditou no que uma delas estava falando. Mundo! Mundo!!!!!!! Bora acordar.
Gente isso não acontece só no Uruguai. Isso é mais normal do que se imagina por aqui. Crianças e adolescentes são as maiores vítimas de estupro no Brasil (70% dos casos). E muitas vezes é um crime silenciado (não denunciado) pelo agressor ser, na maioria das vezes, próximo a criança ou a sua família. E quando a vítima é um menino, o silencio é ainda maior.
Se conhece algum caso ligue para o Disque Denúncia: 100
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