Vamos falar de FEMINICÍDIO
- Ludmila Silva
- 13 de nov. de 2017
- 2 min de leitura

No início de novembro todos os jornais tiveram em suas pautas a notícia da morte da jovem Raphaella Novinski, de 16 anos. Raphaella foi assassinada por Misael Pereira Olair, onde em depoimento para a polícia admitiu o ato pois tinha ódio da menina. Segundo o autor do crime o sentimento crescia pois ela não aceitava os pedidos de namoro dele. Ela foi assassinada com 11 tiros no rosto, dentro da escola. Raphaella é mais uma a entrar para as estatísticas do feminicídio, lê-se: crime de ódio contra mulher, no Brasil.
A taxa de feminicídio no Brasil é a quinta maior do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS. Entre 1980 e 2015 mais de 100 mil mulheres morreram apenas por serem mulheres. Os agressores são, em sua maioria, pessoas da própria família representando 50,3% do total e os parceiros ou ex-parceiros dessas mulheres, com um percentual de 33,2%. Em 2015 o feminicídio passou a constar no Código Penal como crime de homicídio, após ser aceita a Lei 13.140. Na lei também está incluso o feminicídio no rol dos crimes hediondos, o que aumenta a pena de um terço até a metade atribuída ao autor do crime.
Mas mesmo assim casos como o de Raphaella não param de acontecer. Mulheres sendo maltratadas apenas por terem nascido mulheres. Parceiros que não sabem receber um NÃO e matam. E mais, mulheres que tem medo de denunciar os abusos sofridos e acabar fazendo parte da estatística do feminicídio. Ou seja, esses números são muito maiores.
Raphaella não foi a primeira e infelizmente não será a última. A cultura patriarcal está enraizada no Brasil. A descriminação contra a mulher é vista muitas vezes como coisa boba. Quantas vezes já ouvimos alguém dizer: "Tá apanhando e continua com o cara, deve tá gostando" ou " Se tivesse sofrendo mesmo, já teria denunciado" ou então " Custava ter falado sim pro pedido de namoro do menino?". Por isso não avançamos nas causas onde a vítima não é o homem. Pois vivemos uma sociedade machista e patriarcal. E a existência do feminicídio só prova isso.
PAREM DE JULGAR AS VÍTIMAS!
Você mulher que está sofrendo calada. FORÇA! Você é melhor do que tudo isso, você não é inferior, você pode passar por isso. Denuncie e mesmo que não seja bem atendida, não desista.
Para denunciar ligue 180.
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